domingo, 8 de junho de 2014

A gata no telhado



A bússola a brilhar na tua frente
não faz mais do que perder-se nos caminhos
pelos que eu te ensinei a chegar ao meu umbigo,
e antes de ter bordado o meu nome ( e tenho tantos)
nas tuas costas com saliva
a fé era um dão que não me fora concedido

Gostaria de coser-te à minha cama
com pontadas apuradas e mal feitas
e atrassar cada um dos meus relógios
e apurar-me nos teus  mares de suor
e beber-te, escorrendo cada gole entre suspiros
e pedir-te perdão pela tua dor.

Deveria anestessiar-me para sempre
ungir-me entre os olhos com teu óleo
ou fazer uma grève do teu nome
ou abrir uma garrafa desse vinho (que guardo para os dias importantes)
para o momento que me digas que te quedas
ou o sol não se ponha tras marchares.

Deveria botar-me aos telhados
numa dança sensual e sacudida
para evitar que medrem aranheiras
na cova que provocas no meu peito
que caminha cego entre cascalhos
a pedir perdão por adiantado.



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