domingo, 8 de junho de 2014



Entravas como ar fresco.
Tanto faz onde,
en qualquer sitio que for
entravas, e entrava o sol
que fazia fugir muitos dos meus prejuiços,
e dos dos outros,  já de passo.
Trazias-me
a vontade de espiar sob o meu estudado anonimato
a tua perfeita anatomia,
meu rosto apenas uma máscara assomando ao vazio
dos teus muros protegidos, ao infinito
que formavam as tuas costas sempre de frente a mim,
e os ciumes do autor que te criara
poque mentres te mirava foi que por fim
acreditei em eu nunca ser capaz de escrever
qualquer coisa tão formosa, qualquer verso que puidera, 
sequer
se comparar com a tua cara a contraluz
ou com a inocencia conservada
em cada um dos aneis dos teus vinte e cinco anos,
vulnerável
como para abanar com o silvo escolhido para te chamar
como as ardentes folerpas que atrapava em cada dedo
para te dar a beber como a um passarinho e te saciar
a sede criada pelas fevres da travessia naquel deserto
indescifrável
todo ele cheio de tentações
nas que caias após o meu empurrão certeiro
capaz de nós lançar aos dois ao oasis encerrado na distância que morria
entre o teu ventre e o meu
no instânte em que abrir o dia.

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