quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sentença


Sei que de agora confessar
muitas coisas das que eu faço
começarias por julgar-me
e acabarias por perderes-me o respeito
É por isso que as calo, por ser dono e não escravo
Porque não necessito de sermões, de conselhos, 
nem de afagos
É por isso que me volví o único capitão do meu navio
que sempre será melhor um naufrágio por mim própria do que ir à deriva nos teus braços
E agora,
que já pensas saber tudo,
ainda ficam no epílogo as restantes
que às vezes o pecado é o difícil
que às vezes o singelo é ser sensato
E antes de deitares veredito
pensa no impossível de saber do meu caminho
sem ter nunca provado os meus sapatos
E recorda que a vida não é justa
e todos temos de jogar nesta partida 
com as cartas que o destino nos reparte
Que entre mão e mão, surgiram temporais
e muitas calmas
nas que os juiços não eram importantes
porque não fazia mais que amar-te
Mas tu viras-te em fiscal
em defessor, em juiz e parte
desta pantomina de justiça
da condena merescida
de sonhar-te

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