Perguntava-me
daquela
qual seria o
suceso previssivel
de petar de
imprevisto na tua vida.
Não ousaste
pensar que me atrevesse
e atrevi-me, com
total desacato e aleivosia
tras um dia de
frio nessa praia
a procurar
satisfações no evidente
explicando o que
é óbvio para qualquera.
Não precisso te buscar
para me salvares
(eu sozinho faço
tudo para isso)
e não peças, por
favor, sinceridade
porque então
obrigas-me a dizer-te
que gosto do
preto e do lilás
mas a minha melhor cor é o despido
que a vida se me
vai num puto tango
e tu não gostas
dos bailes a deshora.
E se queres
também, sinceramente,
digo que ser
infiel é uma atitude
a mesma de ser
fiel para contigo,
já sei que não é
próprio duma dama
mas, que queres,
fartei de me
portar como senhora.
E se queres,
respondo-te a verdade
que tenho tantas
cara como dias
mas a única que
quero que conheças
é aquela que te dá as costas...
para pedir-te que
me tires o vestido
e se acaso
estamos frente a frente
não me permitas
falar,
enche-me a boca
contigo.
Dizes eu ser
capaz de virar qualquer coisa em poesia
é fácil escrever
quando te leio
cosendo os versos
da tua boca com as agulhas dos teus lábios
para fazer uma
colcha de poemas com que te abrigar
de chegar algum
dia a madrugada,
que precisso mais
do teu calor do que do frio.
E deixa-me, já,
que remate
confessando que
celebro cada data
pois desde a
noite que Samam abrira a porta
meus sonhos,
desejo e objetivo
têm nome próprio
e apelido.
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