sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O mundo em Lisboa

"Agochavas nas costas uma tatuagem com a forma da flor-de-lis que eu percorria cada madrugada afundando nos seus sulcos de tinta-da-china, e ela deformava-se até não ser conhecida para logo mudar em réptil subindo pelos teus ombros.
E essa manhã espertavam-me berros mundanos, abria as folhas do balcão excitada pelos ruídos das pessoas no peirau, assistindo às protestas do vulgo coma a qualquer espetáculo, e deixava entrar no quarto olores que o vento traía dendê o outro lado do oceano e o som das vagas violentas. E foi logo que volvi ao leito, a recontar os debuxos que te adornavam."

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